quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Parabéns à prima!


Acabo de fazer para cima de quatrocentos quilómetros. Por razões de consciência. E para o ver.
Vi-o. Soberbo. E a soberba dele. Um dos grandes retratos que Malhoa pintou. Sem dúvida alguma.
Conversámos. A princípio a medo – sempre é um antepassado e não o via vai para meio século – e o respeitinho é de bom tom. Depois, tu cá tu lá, que pela escrita conhecemo-nos de ginjeira.
 
J.Malhoa. Cabeça d’estudo [retrato de M.H.Pinto], 1902.
a. d. | óleo s/ madeira | 44x37 | c.p.
3ª Exposição da SNBA, 1903. nºcat. 99.
Foto: Pedro Aboim Borges
 
Mirei-o, virei-o do avesso. Como desconfiava, é uma tábua. E das boas. Daquelas com rebaixo e tudo para não mais empenarem, com um grande carimbo do «Paul Denis, Succ.r». Parece nova, importada de França há cento e dez anos. A moldura, mais afanada, ainda tem o selo do Manuel João, o dourador…
Contei-lhe a estória do «Sr.P-da-não-sei-quantas». Sem desmanchar a pose arrogante, piscou-me o olho, encolheu os ombros e terá murmurado – Deixá-lo…
Lá o deixei. E com a certeza que daquela coisa safa-se a foto. Por isso, aqui fica de novo.

Ah! E manda beijinhos!

 

6 Dez. 2012. LBG.

 

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