Hoje, 29 de Janeiro, fariam anos de casados José e Júlia Malhoa.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3XHLY9tk_ywqPZ4CvgKtj6fIgMXunYjA3c5xY-FtL03ZcKbp4jHSCPdULy3Xv-VBT_UMdrIXuu3pIvIWOn-ApMBq-4E6Wh2Xeca-Ncdwm3tpbpLOrHHkqmutLBObRaKDmSF4LUje0EsQ/s320/argJJM1ma.jpg)
Para comemorar as Bodas de Prata de tal data, ofereceram-se este par de argolas de guardanapo no mesmo metal. Uma com a data do enlace «1880», a outra com 25 anos mais «1905». Era a altura da “Arte-Nova”, e as argolas acompanham o estilo.
(Cinco anos mais tarde, Manuel H. Pinto e Mª
da Conceição repetirão entre si a graça, com argolas semelhantes e datas
ajustadas – 1885 e 1910)
Mais que as argolas, convém não esquecer,
José e Júlia presenteiam-se, nesse ano de 1905, com casa nova, nas Avenidas
também Novas, projectada pelo novo Arquitecto Manuel Joaquim Norte Júnior, logo
premiada com o novo Prémio Valmor (será a terceira a receber tal prémio - não
atribuído no ano anterior, para desespero do Lambertini, e apesar dos tectos e
frescos do Malhoa…).
Ei-la, acabadinha de fazer, toda airosa, na
Avenida António Maria do Avelar, ainda, e ainda sem carros.
E, como as argolas, também à “la page” -
“Arte-Nova”, pois então!
Tal como os frisos e painéis azulejares que a
embelezam. Eloy, dizem [1], Malhoa e
Ramalho.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBnkULcupQQ-boSr2qO6vP-raLNITOKoLyWrIE2FyUiZ5yCfONgPaj0KsIB9rPbuh5_Y8HZFbOdiF5TpSEOaF84jKt-RFdxfIGhQMstUgvsO4uWUlIcT3SHvkH06IOIXoCXxbDqvRSPN8/s400/ARc1905AGloria.ost.ma.jpg)
(Hoje, tal edifício é a Casa-Museu Anastácio
Gonçalves, e vale sempre uma visita...)
Malhoa devia estar, mais ou menos, assim.
E pronto!
Para mau gosto, já basta uma versão do
assento do acto que por aí anda, e em duplicado ainda por cima!
Metade é aldrabado - copiado
mal-e-porcamente. Alguém pensou que tinha descoberto segredinho novo, salivou,
arreganhou a boca, mordeu a língua, turvou-se-lhe a vista - tresleu - e com a sofreguidão
comeu metade das palavras. O resultado é lastimável. E não havia necessidade…
(Eu bem que avisei, aqui atrasado…Agora,
queixem-se que tenho mau feitio!)
Assim, onde e quando lerem que Malhoa, por
essa altura, «mora na Rua da Conceição» fiquem sabendo que deveriam ler «… na Rua do Crucifixo, nº 50, freguesia
da Conceição». O endereço, como outras coisas, foi tragado com a avidez da
gula!
Esta era, aliás, a mesmíssima morada do
“mano” Joaquim. Na esquina com S. Nicolau, mais pertinho da loja dos chapéus e
das escadinhas de S. Francisco por onde subia até à Academia.
Mas a nova asneirola já rola, ufana,
resultado da ânsia coscuvilheira.
E siga a marinha!
Publicado
originalmente em 29 Jan.2012. LBG .
[1]
Sobre
este assunto, ver a interessante tese do Arq. António Cota Fevereiro, Álvaro
Augusto Machado, José António Jorge Pinto e o movimento arte nova em Portugal, ULL,
Maio 2011. Ali se percebe a diferença entre as pinturas originais a fresco atribuídas
a Eloy e os azulejos que as substituíram (c. 1914?), muito provavelmente, da
autoria de José António Jorge Pinto. Repetindo os motivos de Malhoa e Ramalho
nos painéis principais, mas alterando o desenho nos frisos decorativos. A
comparação entre fotos de 1905/6 e outras mais tardias parece prová-lo
claramente.
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